quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Pneumática.


Para P.






da força que pulsa,
vem dos pulmões
palavras, assim,
sem interesse.
sentimentos, assim,
como não queresse.
impulsos pneumáticos,
que mesmo sem entender
embriagam
[de álcool ou de poesia]
o sentir-magia
dos encontros
que no dia-a-dia
ficam nas horas
e nas linhas.
na energia vital
no inteiro real
de todo ser
- que estremece e vibra -
com impulso vital.

17/12/14

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Bocas II



Para L.
Boca agredida,
em sem versos oprimida.
Dilacerada em vezes,
Três mil vezes ofendida!

Boca, me diga como
- ainda -
Te quero viva.

Boca, entreaberta e doída,
te quero verbo?
Em sangria, te quero
fruída?

Lado a lado, na rua,
te quero pra luta.
Lado a lado, em casa,
não te quero calada.

Boca. Boca minha
boca tua,
brutal, desigual.
Boca, não te quero irreal.

Boca, não te quero em pedaços,
Ferida.
Não te quero só pra amassos,
Comida.

Boca te quero 
pra labuta,
pro gozo, pra farra
pra vida que pulsa.

Sem sangue, sem dor,
sem tapa, sem chute.
Boca te quero livre,
sempre, amiúde!

07/12/2014

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Deságua pela pele [Gabriela Blanco]

deságua pela pele
transborda no teu dorso
meu amor,
sedento e moço,
qual um rio
buscando o mar.

a lágrima, o gozo,
o suor
do teu corpo
escorrem e buscam
em mim
um novo amar.

amanhece o novo dia
e os dois,
à maresia,
sorriem sedentos
e pedem mais.

ao mar se faz a entrega,
a fúria, a espera;
mergulhar em nós,
transbordar em mim.