quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Dói.


Dói... dói... dói... O que acontece? Não é nada forçado, mais dói.
Porque tanta dependência?
Poderia ser um querer bem mais tranquilo. Mas eu não sou assim, nunca fui.
Só sei gostar assim. Inteira.
Só não sei verbalizar. Mais eu amo, amo muito.
Espero, sempre, conseguir me fazer entender. Transmitir todo o carinho, a admiração. Já que não falo, tento com os gestos, que se fazem tão espontâneos.
Eu amo. E só.
Por isso também a distância.
Não sei se entenderia... (alguém entende?)
Tenho medo.
Porém, isso me move. Sou toda sentido... tentando ir contra a maré.
Sempre... ainda estou entendo.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Dia.

O calçadão, a seu jeito, lindo. Mas já está em mudança.


Mais um dia. Porém um dia interessante. Mais tranquilo. Decidi realmente deixar parar. É fim de ano, as coisas, enfim, estão desacerelando (pelo menos por uns dias!).
Saio de casa. Vejo logo de cara a "plataforma do governo", seu "carro chefe" , as OBRAS. Uma cidade em obras!
Ainda assim tento não perder o mundo, a vida que se forma no calçadão.
Já repararam o quanto é interessante andar por ali? É claro que tem as pombas, elas não são a parte boa, mas dá pra correr atrás delas!
Mais adiante e me deparo com algo que, estranho, não sei há quanto tempo está lá. Uma cabine de telefone vermelha, ridícula. É traços tipicamente europeus, não caem muito bem entre as construções do calçadão, ainda que alguém, algum dia disse que sim. Veja-se o nome da cidade. Eu, no entanto, não concordo. Aqui tem sua história, nada forçado lhe cai bem.
Caminho um pouco mais, e me assusto com um homem pregando (gritando) as maravilhas de deus e de seu reino ("Parem de ver novela, vão à igreja..." Não sei qual das duas opções é mais alienante). Bem, continuo. Um estátua viva linda! E como tudo, em clima de natal, com uma coroa e um bebê em seu colo. E no fim da tarde ela ainda estava lá. Imóvel, digna...
Logo atrás, entre duas árvores, outro artista de rua. Um senhor de 65 anos, que não tem problema na coluna! Ele está amarrando uma corda entre as árvores, não consegui entender o que iria fazer depois. Enquanto isso, pessoas vão se aglomerando ao redor das duas atrações humanas.
Depois de muito sol chego ao meu destino. Pelo menos no fim do ano estou animada pra "arrumar a casa". Faço isso durante todo o período. E, justamente na hora de sair, a chuva de verão aparece. Finalmente estamos no verão. Tenho que ficar um tempo. A chuva está boa, porém venta muito. Assim que passa, saio.
Chego em casa, ninguém, sem vida... está tudo molhado. Janelas abertas, roupa no varal. Tinha esquecido desse detalhe. Limpo. Só...